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sábado, 11 de novembro de 2006

Ser, estar, permanecer, ficar. Em que verbo você está?

Por força de algumas reflexões sobre as relações entre as pessoas acabei me lembrando dos verbos de ligação, mais especialmente os citados no título desse artigo - ser, estar, permanecer e ficar. Sem a intenção de abordá-los no sentido lingüístico, onde usualmente são explorados, fiquei a brincar, tentando emprestá-los para pensar um pouco sobre os diversos níveis nos quais as pessoas assentam suas relações amorosas e afetivas.

Ultimamente ouvimos muito que Fulano "ficou" com Siclana, seja numa balada, ou numa festinha qualquer. Quando, numa conversa com jovens, queremos conhecer melhor o que isso quer dizer, acabamos colhendo certas informações.

Ficar significa encontrar alguém, conhecido ou desconhecido, e passar com ele alguns minutos, horas ou poucos dias, num clima de intimidade, onde a principal carícia é o beijo. O que interessa nesse momento é a curtição, o prazer imediato, sem qualquer promessa de compromisso. Aliás, esse é o ponto mais importante: a ausência de compromisso. Ficar, então, é um estado leve, com pouca consistência, devido à liberdade que ele assegura aos ficantes.

Alguns aspectos podemos levantar aqui. Para ficar, você não precisa ser, nem permanecer, só estar. De pouco vale se você se chama Maria ou João, porque muitas vezes seu nome não será perguntado. O jovem sai da "ficada" só com a marca quantitativa da conquista. É mais um, ou uma, para se somar à lista de conquistas que serão, mais tarde, anunciadas para toda a galera. "Fiquei com quatro, ontem", "E eu que beijei seis!", e assim por diante. Quantas Marias e quantos Joões se conheceu, não importa. Desse estado de ligação, o que resta é a quantidade. Talvez nem o prazer de beijar seja o mais importante e sim o ato de contar, depois, a alguém. A arrogância é ponto alto: "Olha como eu sou bom!".


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