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domingo, 23 de abril de 2006

Busca: Beleza em Pauta










Mais de três mil profissionais se reunirão em Brasília, para debater o uso abusivo de cosméticos para tratar a pele; dermatologistas alertam que substâncias químicas sem comprovação científica trazem riscos.


Cecilia Dioniziocecilia.dionizio@diarioweb.com.brEvento que vai reunir mais de 3 mil profissionais da dermatologia, a partir do próximo dia 10, em Brasília, quando ocorre o 600 Congresso Brasileiro de Dermatologia, organizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia, contará com profissionais de renome do Brasil e pelo menos 12 palestrantes internacionais de várias partes do mundo. O objetivo é apresentar o que há de mais novo em pesquisas no campo da beleza. Tudo indica que o evento irá se diferenciar dos demais por expor de forma crua a diferença entre tratamento de pele e propostas de embelezamento sem comprovação científica. Isto tudo, a despeito de haver uma presença maciça da indústria como patrocinadora do congresso, conforme destaca o presidente do evento, o dermatologista Gerson Penna, de São Paulo.A discussão a respeito dos cremes embelezadores teve início há cerca de dez dias, quando uma revista de circulação nacional trouxe entrevista de um conferencista inglês, o dermatologista John Macgraith, que declarou não haver nada nos cremes importados, que custam verdadeiras fábulas, vendidos como milagres que promovem o rejuvenescimento, que um simples creme hidratante não possa fazer com a mesma eficácia.Isto porque, de acordo com a entrevista de Macgraith, o envelhecimento além de estar relacionado ao fator genético, é também uma questão a ser tratada de forma precoce, com alimentação adequada, atividades físicas e sem qualquer tipo de vícios, dos quais os mais consagrados, atualmente, são o cigarro e o álcool. Quem reforça todas essas declarações e afirma ser o médico inglês um renomado dermatologista e um dos mais sérios na área de
cosmiatria é o dermatologista Gilvan Ferreira Alves, vice-presidente do Congresso, de Brasília.Em entrevista ao Diário, Alves reafirmou a importância da população aprender a diferenciar médico de não-médico, na hora de pedir a recomendação de um produto para rejuvenescimento ou para tratar a pele de algum tipo de doença. “Hoje, infelizmente, o que existe são muitos profissionais de outras áreas, que descobriram uma maneira fácil de ganhar dinheiro, e se autodenominam médicos-estéticos e saem a recomendar cosméticos, como se isto fosse solução para tudo. O problema todo está em que a medicina dita estética não é uma especialidade médica e só se preocupa em reforçar os modismos e alimentam a indústria de cosmético que como o próprio nome já diz, só tem a função de embelezar, jamais de tratar. Isto só cabe a medicamentos, devidamente receitados pelos dermatologistas sérios”, diz.O médico observa que de fato o foto-envelhecimento é um problema que acomete muitas pessoas nos dias de hoje, em virtude da exposição excessiva ao sol. E isto é algo que além de provocar o aparecimento de rugas, de fato, faz com que ocorra o envelhecimento precoce da pele. “Basta ver que a pele do rosto, do colo e de outras áreas que ficam mais expostas do que as nádegas, por exemplo, embora tenham a mesma idade, nem sempre apresentam as mesmas consistência e qualidade”, diz.Neste caso o médico não vê porque os produtos que já possuem comprovação científica como o ácido retinóico, o ácido glicólico e outros, não possam ser prescritos por um profissional com profundo conhecimento da pele, na tentativa de recuperá-la. “Porém, não é o uso de produtos caros, e sim de produtos bem recomendados, com função específica, que vai fazer o tratamento da pele”, lembra Alves.Segundo o dermatologista, o evento vai discutir, entre outros assuntos, a necessidade de se desmistificar o uso de foto-protetores solares, que de uma maneira equivocada são usados pela população, não apenas pela marca, mas também pelo número mais elevado, como se o fator de proteção solar 60, oferecesse a dupla proteção em relação ao fator 30.O médico explica que na verdade, só o preço é dobrado, porque uma pessoa com a pele clara pode se beneficiar tanto do fator 30 quanto do 60. Da mesma forma que uma pessoa com a pele morena está protegida com o fator 15. Os outros números têm acréscimo mínimo do fator de proteção. “O segredo está em aplicar corretamente, ou seja, meia hora antes de se expor ao sol, e depois que se molhar, repor. E quando não vai se expor ao sol, mas à luminosidade reaplicar a cada duas horas. E esta atitude que protege a pele e não fazer uso de um produto mais caro, com fator mais alto, de uma marca famosa”, explica.Alves alerta ainda para o risco que corre quem se submete aos procedimentos “vendidos” por programas de televisão, como as chamadas bioplastias, por médicos que se dizem estéticos. “Eles expõem a vida da pessoa sem os cuidados necessários e injetam material sem comprovação científica”, diz.Protetor Polar• Usar protetor solar de acordo com o tipo de pele. Quanto mais clara, mais alto o fator de proteção: pele clara pede fator 30; na pele morena o fator 15 é suficiente.• Deve ser usado 30 minutos antes de se expor ao sol e ser reaplicado assim que sair da água. Caso não haja exposição ao sol é preciso reaplicar a cada duas horas.Vida saudável prolonga viço da peleNão apenas o dermatologista Gilvan Alves, de Brasília, mas também o pesquisador João Roberto Antônio, dermatologista e professor na Faculdade de Medicina de Rio Preto (Famerp), que preside a Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica e é também membro da Academia Americana de Dermatologia e Européia de Dermatologia e Venereologia, concorda que não apenas o fator genético tem de ser levado em conta quando se trata de prevenção de envelhecimento. Segundo ele, é preciso lembrar do fator cronológico (idade), e principalmente, a que se observar os hábitos e as condições de vida de cada pessoa. “Não há dúvida de que uma pessoa de pele e olhos claros, que trabalha na roça, ou se expõe ao sol durante seus períodos de lazer, vai se expor mais ao fotoenvelhecimento do que aquela que se protege”, diz.A hidratação, não apenas aquela feita por cremes, mas a líquida, é indispensável para dar maior qualidade à pele. “Usar um bom creme após o banho, tomar muita água durante todo o dia, e consumir regularmente frutas e verduras são medidas que hidratam e lubrificam a pele. Isto sim, pode evitar a formação de rugas precoces e também vai proporcionar mais brilho à pele”, diz João Roberto.O médico afirma ainda que não se deve desprezar, no entanto, a importância de produtos muito estudados e com comprovação científica em muitas áreas, como é o caso da toxina botulínica, substância que ajuda a reverter rugas e melhora a auto-estima das pessoas que não as aceitam bem. Evidentemente, assim como os peelings e outros métodos de rejuvenescimento, a toxina botulínica, tem um período delimitado de ação. “E quem quer retardar o aparecimento das rugas deve mesmo seguir à risca a receita para uma vida saudável”, alerta o médico. E isto implica manter-se longe do sol, alimentar- se com vitaminas A e E, que contêm antioxidantes e anti-radicais livres (substâncias que envelhecem a pele), exercitar-se e cuidar da pele, diariamente, já que ela está em constante exposição ao meio ambiente. Do contrário, o jeito vai ser recorrer às alternativa dos novos inventos tecnológicos, para melhorar a pele e as rugas, pois como já cantou há muito tempo, Cazuza. “...O tempo não pára”.ServiçoGilvan F. Alves, dermatologista e vice-presidente do congresso, fone (61) 3244-1007João Roberto Antonio é dermatologista e prof. da Famerp, fone (17) 3232-6611 600Congresso Brasileiro de Dermatologia, de 10 a 14 de setembro, em Brasília - fone: (61) 3425.1122 -site: - www.sbd.org.br

Fonte: Diário da Região - Vida & Arte - 03/09/05
P.S: Achei esta reportagem maravilhosa, realmente se todas as profissional de estética respeitase seus limites seriamos uma dupla ( esteticista e dermatologistas) implacavel no combate aos problemas esteticos.

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