Por Nadia Heilser 2/25/2008
É fácil perceber quando comemos a ponto de nos sentirmos estufadas. O difícil é saber o ponto certo para não nos sentirmos mais assim. Certo? Diante de um prato delicioso, ficamos tão atordoadas com a quantidade de sabores que acabamos por esquecer o ponto ideal que deveríamos parar de comer, por já estarmos satisfeitas.
Alguns estudos, pesquisas e opiniões de nutricionistas, nutrólogos e estudantes da ciência das dietas afirmam, portanto, que essa sensação pode ser amenizada com uma fórmula inovadora: a combinação dos alimentos.
Isso não quer dizer que, fazendo o mix ideal de alimentos, você pode largar a mão e comer uma quantidade muito acima do que deve, muito pelo contrário. O ideal é que você coloque pequenas quantidades no prato e coma devagar, mastigando minuciosamente cada grão de comida colocado em sua boca.
Para isso, concentre-se: desligue a TV, o rádio e a internet e deixe as discussões com a família e os amigos de lado. Não pense em problemas e “desplugue-se” do trabalho. O momento da comida deve ser um momento de total relax e paz interior – nem que para isso você tenha que ser atriz por alguns instantes.
Alguns tipos de comida, além de nos causar a sensação de abdômen estufado, podem prejudicar a nossa digestão. Por isso, fique atenta a certas combinações e avalie se o seu prato realmente é saudável para o seu processo digestivo.
Mantenha distância
Nutrólogos e nutricionistas cada vez mais são procurados por causa de problemas digestivos, especialmente os que têm relação com o mau funcionamento intestinal. A ingestão diária de frituras, junkie-food, alimentos apimentados e embutidos em grande quantidade, como já sabemos, causam desconforto abdominal pela sensação de inchaço provocada.
Além disso, segundo o endocrinologista e nutrólogo Wilmar Accursio, alguns alimentos por si só já são lentamente digeridos, como é o caso do feijão, brócolis, pimentão e certas frutas, como maçã, pêra, ameixa vermelha, cereja e uva, que mesmo sendo nutricionalmente bons, podem provocar sensação de adbômen distendido, causar fermentação e levar a produção de gases.
Fora esses, ainda segundo Wilmar Accursio, há a lista dos alimentos "danosos" como açúcar refinado, gorduras (embutidos, bacon, carne de porco), queijos, chocolate, refrigerantes, bebidas alcoólicas e, para muitas pessoas, até o pão e o leite.
De acordo com Wilmar, muitas pessoas associam-se esses sintomas de “estômago estufado” ao ganho de peso, o que em muitos casos não é verdade. “O que a maioria das pessoas não sabe, é que esta situação, quando crônica, pode levar a sérias alterações da flora intestinal, e da absorção de nutrientes toxinas através dos intestinos”, afirma o médico.
A solução do especialista, portanto, seria combinar esses alimentos que nos levam a uma digestão mais “lenta” – desde que contenham bons valores nutricionais, como o caso do feijão, de certas verduras e das frutas – a certas quantidades de legumes com fibras, alimentos integrais, mel, frutas não fermentativas, arroz, batata, frango sem pele, peixes e gorduras de origem vegetal (óleo de girassol, azeite).
“Essencial também é a ingestão dos probióticos, lactobacilos e bifidobactérias vivos, através de iogurtes e lácteos ou de preparados específicos. Estes cuidados com nosso intestino e nossa flora são essenciais para a saúde geral e cada vez mais ouviremos informação sobre benefícios advindos desta estratégia, como prevenção de alguns tipos de câncer e de doenças cardiovasculares e manutenção de um sistema imunológico eficiente”, completa Wilmar.
Curiosidades:
- Segundo o livro Magra e Poderosa, das autoras Rory Freedman e Kim Barnouim, o cafezinho que costumamos beber após as refeições, pode ser um forte vilão do acúmulo de peso e do desconforto abdominal por acentuar a acidez do estômago, o que pode prejudicar ainda mais o processo digestivo, tornando-o ainda mais lento e defeituoso. A solução para isso, segundo as radicais autoras, é uma só: a abolição do café da dieta. Simples!
- Alguns chás com efeito diurético, como o chá verde e o chá branco, podem aliviar esses sintomas. Porém, especialistas divergem opiniões quando o assunto é a hora mais adequada para ingeri-los. Apesar de a maioria acreditar que o mais eficaz é uma xícara após as refeições, uma nova gama de nutricionistas afirma que o interessante é tomar o chazinho meia hora antes das refeições, ou então, duas horas depois. Tudo isso desde que você não apresente intolerância à cafeína, claro, pois, esses chás contêm quantidades significativas dessa substância.
Novidade bombástica
Seth Roberts, Ph.D., membro do conselho editorial da revista científica Nutrition e professor de psicologia na Universidade da Califórnia era um ex-obeso que se dedicou ao estudo de algumas dietas e questões da nutrição e da endocrinologia conseguir emagrecer. Os resultados foram muitos quilos a menos e a publicação do livro A Dieta de Shangrí-la, da editora Best Seller.
Um dos descobrimentos de Seth, após anos de pesquisa e de experimentações – sim, ele experimentou diversas dietas e tentativas absurdas – é que algumas comidas engordam por sua combinação e que os seus ingredientes, se fossem ingeridos aleatoriamente, não engordariam.
Em seu livro ele explicita a nova teoria, que se trata basicamente da questão dos sabores, ou seja, segundo Seth Roberts, um sanduíche de salame, mostarda e pão de queijo engorda bastante graças à associação forte de sabores que ele contém.
Essa combinação sabor-caloria, gera, portanto, muito mais ganho de peso. Na verdade, a moral da história é a seguinte: quanto mais sabor associado ao prato, mais ele vai engordar, graças à reação que isso desencadeia no nosso cérebro. Portanto, prefira comer um alimento de cada vez e, se possível, opte pelos que possuem menos sabor.
Em um capítulo de seu livro, Seth afirma que os alimentos de sabor fraco nunca se associam fortemente às calorias, o que faz com que eles engodem menos do que os outros.
Dicas
Para amenizar a sensação de “barriga cheia”, tente ingerir alimentos com efeito diurético, que, além de tudo, são capazes de deixar o abdômen lisinho. Anote: abacaxi, alface, pepino e berinjela, que evitam a retenção de líquido. Água e produtos ricos em fibras também entram na lista.
Já os alimentos que apresentam maior facilidade em fermentar e dilatar o abdômen são: pimentão, repolho verde e roxo, couve flor, excesso de alho e cebola crua, goiaba, feijão, milho, lentilha e laticínios em geral em excesso.
Evite também tomar líquidos junto às refeições e ingira fruta, que pode ser uma maçã, antes dos demais alimentos.
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